quinta-feira, 27 de março de 2008

Design Superinteressante

A turma do 7º semestre de programação visual noturno da Univille esteve trabalhando junto comigo nesses últimos dias numa atividade que consistia em ilustrar um dos conceitos de design estipulados pela turma no 3º ano de programação visual matutino (veja aqui a postagem com a lista das definições). Esta ilustração foi posteriormente direcionada para que fosse utilizada como capa da Revista Superinteressante, numa suposta matéria sobre Design com a definição escolhida funcionando como chamada principal.

O objetivo era trabalharmos a metodologia de design na ilustração. Deixamos a escolha da técnica em aberto para que cada um usasse o meio de reprensentação com o qual se sentisse mais confortável, ou aquele para o qual a pesquisa houvesse direcionado.

O resultado foi bastante satisfatório, com ótimos trabalhos, alguns bem que poderiam mesmo ser utilizados na revista de fato. As capas estão expostas aqui com o intuito de gerar discussão sobre o trabalho da turma, comentários, elogios e críticas em geral. Há também uma enquete para escolhermos qual a capa mais legal.

E aí vão os trabalhos! Veja, comente, critique, pergunte. Participe! (clique nas imagens para ampliar)


1.WAGNER

2.TAYANE

3. PROF. RAPHAEL
4.PATRÍCIA
5. PENÉLOPE
6. MÔNICA

7.MICHELE

8.MARIANA

9. MARCELO

10. LUIDMILA

11.HELOÍSA

12. FELIPE

13. FABIANO

14. ELIEZER

15. CASSIUS

16. ANDERSON

17. ANA

18. ALESSANDRA

terça-feira, 25 de março de 2008

Visita à Impressora Ipiranga



Na última segunda-feira a turma de Materiais e Processos Gráficos foi visitar a Impressora Ipiranga, uma das maiores gráficas da região de Joinville para conhecermos na prática o processo de impressão Offset.

Vimos tudo desde a revelação do fotolito até o acabamento com dobra, corte, grampo etc. Fiquei bem contente com a presença em massa e interesse de todos os alunos, até porque 20% da nota bimestral depende de um relatório consistente sobre essa visita, há!

Agradeço a atenção e tempo dispensados pelos funcionários da Ipiranga, em especial para a Lucinda que preparou tudo pra receber a gente, para a Beth que foi nossa guia e para o Sr Jorge o "Big Boss" da Empresa, que sempre autoriza e incentiva nossas aulas de campo.

Seguem umas imagens da visita, que são poucas pois a empresa tem algumas normas quanto a divulgação de imagens de la de dentro.



segunda-feira, 24 de março de 2008

Event Horizon e Sunshine

Dose dupla de diversão intrigantemente quase igual!

Já perceberam que as produtoras de cinema vez ou outra entram numa de "modinha", lançando filmes gêmeos com o mesmo tema na mesma época? Acontece frequentemente, geralmente com uma boa produção seguida de uma outra não tão boa ou vice-versa. Eu já vi, ele já viu, vc já viu e se não lembra eu te ajudo, saca só:

• sob a premissa "vulcões ativos em áreas urbanas" tem o Volcano e o Inferno de Dante
• no lema "vamos mandar uma nave pra explodir o meteoro que vai dizimar a vida na terra" vimos, em 1998, Impacto Profundo e Armageddon;
• indo pra marte (e tomara que fiquem por lá) temos Planeta Vermelho e Missão Marte ambos de 2000.
• e com o tema "animação de peixinho" temos Procurando Nemo de 2003 (ótimo) versus o terrível e hipercromático Espanta tubarões de 2004. (As animações são as mais escancaradas: temos também filmes aos pares na onda "pinguim" e "bichinhos fora do seu lugar")

E por aí vai. São filmezinhos pipoca univitelinos que, às vezes valem o ingresso e tudo, às vezes não.

Mas gostaria mesmo de falar a respeito e indicar um outro par de gêmeos um pouco diferente, desta vez com 10 anos de diferença entre os irmãos e que ao contrario dos exemplos que citei acima, pouca gente ouviu falar deles.

A primeira vez que ouvi falar de Event Horizon (Enigma do Horizonte no Brasil ¬_¬") foi por indicação do meu irmão, Apoená, ja faz alguns anos. O filme é de 1997 e consegui locar em VHS (aquelas fitas grandes pra videocassete, lembra?) talvez um ou dois anos depois. O filme trata de uma nave, a Event Horizon, que é capaz de criar dobras no espaço-tempo para viajar grandes distâncias no universo instantâneamente, ou seja, é uma nave movida a buracos-negros (daí o nome da nave e do filme). Acontece que essa nave desaparece logo na sua primeira missão de teste sem deixar nenhum rastro. Depois de alguns anos é descoberto que a nave reaparecera lá pros lados de plutão mas sem sinais de comunicação com a tripulação. Por onde a Event Horizon andou, o que aconteceu com ela e onde está a tripulação é o que os tripulantes da missão de resgate têm que descobrir e vocês também, pq não digo mais uma palavra com excessão que o filme é um thriller de suspense e horror dos bons.

Dez anos depois, por indicação do top 10 do site http://www.eatmybrains.com/ me deparo com o filme Sunshine (Alerta Solar no Brasil) de 2007.

Fiquei intrigado com a sinópse que ja remetia a Event Horizon me deixando com um pé atrás e, posteriormente ainda mais desanimado quando um amigo me falou muito mal do filme. Resolvi assistir confiando nas referências do site e tive uma ótima e estranha surpresa: apesar de os dois filmes serem idênticos, Sunshine é tão bom quanto ou melhor que Horizon! Apenas troque a missão de resgate por uma Missão para salvar o Sol após a falha da primeira tentativa. Os filmes têm cenas parecidas, problemas parecidos e vilões beeeem parecidos mas, apesar disso tudo, a experiencia não é prejudicada, não importa qual dos filmes vc ver primeiro.

Event horizon conta com Lawrence Fishbourne no elenco e é um pouco mais voltado pro horror visual do desconhecido, enquando que Sunshine, dirigido por Dany Boyle, aborda mais o horror psicológico interior.

Se você gosta de ficção cientifica bem feita, suspense, tensão e, é claro, um pouco de horror, vá até a locadora ou programa P2P mais proximo e dê uma chance pra essas duas histórias (ou seria uma só?).

Já viu algum dos filmes? Conhece algum outro caso de semelhança cinematografica? Quer recomendar alguma coisa? Comentaê!


quinta-feira, 13 de março de 2008

Timeline of art History


Subdivisão do site do Museu Metropolitano de Nova York. O Timeline of Art History é bem legal porque é bem util pra se fazer paralelos da produção artística pelo mundo no decorrer do tempo, possibilitando pesquisa por periodo histórico ou por região. Tem também alguns ensaios, minidocumentarios em vídeo e sugestões de bibliografia, sites e outras referências. Só faltaram umas imagens em alta resolução mas ninguem é perfeito.

terça-feira, 11 de março de 2008

Produção Gráfica - Vídeos

Na aula de ontem, pela segunda vez, fui feito refém dos recursos midiáticos informatizados (sim, eu dependo terrívelmente deles) com um pdf que simplesmete se recusou a abrir e um arquivo de Corel Draw com versão incompatível. Resultado: aula no gogó e no bom e não tão velho quadro branco.

Há males que vêm para o bem: eis que das trevas vem um facho de luz com um aluno sugerindo que vissemos alguns videos no youtube a respeito do tema que estavamos tratando. É claro!

Bom, a dica não chegou a salvar a aula mas foi bem melhor do que ver a mim explicando processos de impressão seculares na base do marcador de quadro branco.

Então, seguem alguns vídeos sobre tipos de impressão:

1.Xilogravura



2. Litografia



3. Tipografia



quarta-feira, 5 de março de 2008

Uma breve história da ilustração

Com o surgimento, popularização e, por que não dizer, banalização dos recursos de computação gráfica para ilustração e produção de layouts, sobram opções de acabamento e edição, referências, possibilidades para experimentar e refazer.

Tudo o que contribui para execução de qualquer tarefa gráfica, é abundante para todos. Aos criativos e competentes fervilham possibilidades. Aos esforçados, sobram tutoriais, e aos menos aptos pipocam templates e cliparts.

Nem sempre foi assim. Até a modernização dos processos fotográficos e da impressão de offset, no que diz respeito ao design e a ilustração mais especificamente, os processos de impressão eram grandes limitadores do processo criativo e até mesmo do estilo, como veremos a seguir.

A Primeira “Publicação” ilustrada

Os Egípcios foram os primeiros a usar ilustrações em seus manuscritos.
Pode-se afirmar que a primeira publicação ilustrada da historia foi o Rev Nu Pert Em Hru (Capítulos do Sair à Luz ou Fórmulas para Voltar à Luz), popularmente conhecido como O Livro dos Mortos, que é uma compilação de ritos, feitiços procedimentos a serem realizados ao se entrar no pós-vida. Esses conhecimentos, em sua origem, eram pintados nas paredes de tumbas e posteriormente nos caixões ou sarcófagos e somente a partir da sua primeira versão em papiro, datada de aproximadamente 1300 a.C., é que as classes menos abastadas - sem recursos para caixão, sarcófago, quem dirá cripta, - puderam usufruir de informação e orientação “post mortem”. Qualquer pessoa poderia encomendar seu exemplar, determinando quais capítulos seriam inseridos, quantidade e qualidade de ilustrações, bem como metragem e altura do papiro (variando de 5 à 27 metros de comprimento e de 30 a 45 centímetros de altura).

Os Livros dos Mortos mais antigos eram projetados pelos escribas. Se o exemplar devesse ser ilustrado, eram deixados espaços em meio aos textos, os quais seriam preenchidos posteriormente pelo artista. As ilustrações gradativamente ganharam importância e dominaram o projeto gráfico do Livro dos Mortos. O artista desenharia primeiro todas as cenas deixando espaços para que o escriba as completasse. Não eram raros os casos que o espaço reservado aos textos era menor que o necessário e o escriba via-se obrigado a improvisar escrevendo nas margens do layout.



Papiro de Ani – 1420 a.C.

As ilustrações eram feitas a tinta preta ou marrom e depois eram aplicadas cores chapadas em branco, preto, marrom, verde, azul e amarelo. As convenções artísticas da época se caracterizavam por uma representação bidimensional do corpo humano, com o torso de forma geral representado frontalmente e a cabeça de perfil. Para mais informações sobre o Livro dos Mortos, clique aqui.


Papiro de Hunefer – 1370 a.C.

Os Manuscritos Iluminados e o termo “ilustrador”

Aos manuscritos ricamente ilustrados e adornados, produzidos desde o final do império romano e inicio da era Cristã até o advento dos livros impressos por volta de 1450 na Europa damos o nome de “Manuscritos Iluminados”. O brilho das folhas de ouro que comumente adornavam estes manuscritos, davam a sensação de que a pagina estava iluminada. Os Iluminadores (ou ilustradores) eram os artistas responsáveis pelo embelezamento das paginas.

Pouco sobrou dos rolos ilustrados da antiguidade clássica grega e romana, Devido à catastrófica destruição da biblioteca de Alexandria, mas os fragmentos remanescentes revelam ilustrações seqüenciais muito parecidas com as histórias em quadrinhos modernas.



A morte de Laocoon - Trecho do manuscrito remanescente mais antigo da era clássica e inicio da era cristã: O Virgílio do Vaticano - Ano 500 aprox.



O Livro de Durrow – ano 680. Padrões entrelaçados e espirais comuns nas iluminuras Celtas.


Os evangelhos de Lindsfarne – ano 698. Design simétrico e rebuscado tipicamente Celta com fitas e pássaros entrelaçados ao redor de uma cruz.


O livro de Kells – ano 800.


Expressionismo Pictórico Espanhol – ano 1407 - ilustração do Livro das Revelações.

Os escritos sagrados tinham grande significado para cristãos, judeus e muçulmanos e o uso do enriquecimento visual da palavra se tornou extremamente importante. As duas principais vertentes do que diz respeito à ilustração dos manuscritos, era a ocidental/européia, resultado da rica combinação resultante de influencias bárbaras e clássico-romanas, e a oriental dos paises islâmicos.


Manuscrito de Qur’na – ano 1739 – Pérsia (acima) Padrões intricados e cores vibrantes típicos da arquitetura e tapeçaria islâmica



O Padishanhnamah – ano 1700 – India.


O Advento da impressão e a Gravura

No inicio do século XV, a demanda por livros na europa aumentou significativamente. A classe média emergente e estudantes das Universidades que se espalhavam rapidamente tiraram do clero o monopólio sobre a educação e leitura, o que criou um grande mercado para a produção de livros, que ainda custavam muito caro (o equivalente a um pequeno sitio ou vinhedo). A produção manual de livros tornou-se insuficiente para atender às necessidades da sociedade e passou a ser feita em forma de linha de produção: as ilustrações começaram a ser pensadas para a reprodução em série e as gravuras passaram a ser o padrão desse novo paradigma. Foi então que a gravação em madeira ou xilogravura, que fora inventada na china no ano 300 a.C., foi adaptada por Guttemberg por volta do ano 1450 para a criação da Tipografia. A invenção dos tipos móveis alavancou a produção e a popularização de livros de livros na Europa. No que se refere à ilustração, um dos maiores nomes entre os gravadores dessa época foi Albrecht Dürer que atuou entre o final do séc. XV e inicio do séc. XVI.



Albrecht Durer – Os Quatro cavaleiros do Apocalipse – 1493

Entre o início da revolução industrial e os primeiros experimentos de sucesso em reprodução e impressão de fotografias, a produção de imagens para reprodução em série manteve necessidade de trabalho manual, sendo introduzidas apenas novas técnicas de gravura em metal e pedra como a corrosão, fotogravação e litografia.




Philippe Pigouchet – As Horas da Sagrada Virgem Maria – 1498



Lois René Luce – Essai D’une Nouvelle Tipographie – 1771

Litografia e Cromolitografia na Era Vitoriana

A técnica da fotogravação de matrizes litográficas e a evolução dos materiais e métodos empregados em litografia durante o século XIX possibilitou a impressão de imagens em varias cores, utilizando-se uma matriz para cada cor. Esse avanço da técnica foi chamado de Cromolitografia. A ilustração comercial conquista nesse período cada vez mais liberdade de criação. Surgiu a figura do cromolitógrafo que, após o trabalho do ilustrador, decompunha e transferia as ilustrações paras as pedras litográficas, esse trabalho exigia um estudo minucioso da ilustração para que os tons fossem escolhidos e reproduzidos da forma correta.

A cromolitografia caiu nas graças de editores e tipógrafos pois, além da melhora na qualidade das ilustrações, poderiam ser criados títulos e estilos tipográficos com toda a liberdade pelo artista ou ilustrador.



S.S. Fritzal e J.H. Bufford – poster para campanha presidencial – 1884


L. Prang Company – Miscelânea – 1880-1890


Krebs Lithografing Company – 1883


O Séc. XX

Antes da II guerra mundial, em geral os ilustradores haviam se mantido dentro do tradicional acadêmico/realista - imposta pelos grandes artistas renascentistas e vitorianos. A partir dos anos 20 se tornou mais comum entre os editores e agencias de publicidade um certo vanguardismo gráfico, e a ilustração começa e a explorar as novas linguagens visuais oferecidas os movimentos artísticos modernos, porem sempre com predominância do estilo acadêmico.



Berthold Löffler - 1907



Julius Gipkens - 1917


Lyonel
Feininger – xilogravura - 1919

A partir dos anos 40, com o estabelecimento dos movimentos artísticos surgidos até então, e durante a expansão comercial pos guerra, os artistas começaram a romper as tradições trabalhando de formas ainda mais expressivas e sintéticas, adotando para as artes gráficas e ilustração, novas práticas como por exemplo o uso de montagem e colagem - do cubismo e do surrealismo - e os experimentos cromáticos do fauvismo.



Austin Cooper – 1924



Austin Cooper – 1924



Joseph Binder - 1954

A cultura popular, principalmente as historias em quadrinhos, bem como a experimentação de diferentes técnicas de reprodução, também exerceu grande influencia no trabalho dos ilustradores. Essa fusão da tradição dos estilos clássicos com o experimentalismo técnico e artístico dos movimentos culturais da época, seja por imitação ou por um estudo realmente minucioso dessas referencias, contribuiu para uma crescente gama de estilos de ilustração. Selos, anúncios, historias em quadrinhos, ilustração de moda, cédulas monetárias, revistas infantis, livros técnicos, manuais diversos, são exemplos clássicos de modalidades de ilustração que são referencia visual de grande importância para o trabalho do ilustrador.

Ao mesmo tempo que a diversidade de estilos se expandia, havia os que diziam estar próximo o fim da necessidade de ilustração (!). A possibilidade da utilização da fotografia nos métodos de reprodução a cores e o fenômeno da televisão, pareciam apontar para um mundo onde a ilustração se tornaria obsoleta. Mas esses avanços, apesar do inegável e poderoso impacto sobre a sociedade, não foram suficientes para a substituir a mídia impressa e as artes gráficas. A televisão, pelo contrario, passou a empregar a ilustração para tudo, desde vinhetas de títulos até os noticiários e programas educativos, além de contribuir para a geração de diversos materiais impressos de apoio a sua programação.

Michael Kroning – 1983

Concluindo

Percebe-se, com este rápido panorama, a importância que a ilustração e o ato de projetar, ou de fazer Design, adquirem já no inicio do que podemos chamar de “historia da produção gráfica”. Uma historia que trata da adaptabilidade das necessidades às possibilidades.

A evolução desta história e o momento atual nos mostram também que, mesmo com o surgimento de tecnologias que permitam a produção quase instantânea de imagens outrora passíveis de serem produzidas apenas à mão ou por um profissional com conhecimento técnico-artístico especializado, ao designer-ilustrador, é perfeitamente possível manter seu lugar em meio à novas possibilidades e utiliza-las para enriquecer o seu trabalho.

Referências Bibliográficas:
Meggs, Philip B. A History of Graphic Design. Willey, 1998.
Zeegen, Lawrence. The Fundamentals of Illustration. AVA, 2005.